quarta-feira, 15 de junho de 2011

SAP 2011 – Semana de Apresentação de Pesquisas

Aconteceu, no dia 13 de junho de 2011, a realização da SAP (Semana de Apresentação de Pesquisas), no Instituto de Filosofia Santo Tomás de Aquino. O corpo docente foi representado pelas professoras Camila Peres, Edna Aparecida Pellegrini, Izabel Loretti Novo, Elisângela M. M. Pratta e pelos professores Daniel Reis Lima Mendes da Silva, Fabrício A. Deffacci e Marcelo Garcia Navarro, juntamente com o Reitor do Seminário Maior “João Paulo II”, Padre José Carlos Frederice, que prestigiou o evento.
O primeiro aluno a apresentar sua pesquisa monográfica foi o seminarista Helder Emanoel da Silva, que abordou o seguinte tema: “A questão do suicídio no pensamento de Albert Camus”. Camus, um dos filósofos mais influentes do século XX, nos apresenta, em sua obra, uma tentativa de encontrar respostas para os absurdos deste mundo. Tal característica é a grande marca de seu pensamento. Sua obra O Mito de Sísifo, por exemplo, retrata o mito grego de Sísifo que é condenado a um castigo eterno: empurrar uma pesada rocha até o cume de uma montanha, mas, ao chegar ao topo, esta mesma rocha acaba por rolar para baixo, obrigando o personagem a recomeçar seu trabalho. Para os gregos não existia, portanto, punição pior do que a faina inútil e sem sentido. O mundo, então, acaba por torna-se uma pedra estranha para nós e a natureza teima em ser o nosso maior obstáculo. Assim, para Camus, o absurdo da condição humana surge de qualquer maneira.
Desse modo, o suicídio torna-se o único problema filosófico que devemos considerar, porque ele nos leva a refletir se vale a pena ou não viver esta vida. Portanto, se não temos liberdade, se o amanhã não existe e se a nossa existência é marcada pelas tormentas, para que viver? Contudo, o mesmo suicídio que é capaz de nos livrar desse nosso absurdo existencial, também possui o poder de nos aniquilar, pois tira do homem a oportunidade de viver o hoje. Assim, o seminarista Helder nos levou a refletir, em sua monografia, justamente sobre o absurdo da existência humana - e a consequente revolta que sentimos – ao fazer a seguinte indagação: Que vida absurda é essa em que vivemos?
Concluída a apresentação, foi a vez de o seminarista Vanderlei Vilela Francisco apresentar sua monografia, cujo tema foi “A civilização e o aparecimento do mal-estar humano no pensamento de Freud”. Para o “pai da psicanálise”, o indivíduo jamais poderia ser feliz na sociedade moderna, pois o objetivo da mesma não consiste nisso, mas no progresso. Por essa razão, os impulsos - sejam eles agressivos ou sexuais - deveriam ser reprimidos e convergidos para o trabalho. Logo, o mundo de hoje é mais racional e a nossa sociedade passa a ser vista como uma “engrenagem” dentro de um sistema mecanicista. O homem, por sua vez, torna-se uma “carta fora do baralho”, pois nessa concepção de mundo, somos simplesmente uma “peça” sem importância. Eis o grande mal-estar na sociedade, que “cria” homens inseguros, insatisfeitos e neuróticos.
Atualmente, esse mal-estar ainda não desapareceu, apesar das facilidades que tornaram a vida humana mais digna. Contudo, hoje em dia, existem problemas que eram inexistentes na época de Freud, como os traumas de furto e de sequestro, cuja origem está na nossa insegurança diante de um mundo onde a referência moral não se encontra mais na família, mas no jogador de futebol ou em algum artista da televisão.
Logo, mesmo a felicidade não podendo ser atingida em sua totalidade devido seu caráter subjetivo, apesar de vivermos em uma civilização que controla a nossa conduta e nos obriga a reprimir nossos impulsos, pudemos ter a oportunidade de refletir junto com o seminarista Vanderlei, acerca da contínua e necessária busca do homem pela alegria, visto que necessitamos de momentos felizes para suportar o mal-estar dos nossos dias. Assim, a religião torna-se meramente um mecanismo de defesa utilizado por nós, para suportar as nossas adversidades, na esperança de uma recompensa além desta vida.

Seminarista Edgar Tusqui Mascaro.

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