sábado, 28 de agosto de 2010

UM APELIDO DESAFORTUNADO!

Confira a crônica escrita pelo aluno do 2ºano, Paulo César:

A vida humana é um amálgama de situações: alegrias e tristezas, dissabores e contentamentos, seriedade e ludismo, turbação e sossego... Se pudéssemos enumerar os diferentes sucessos da vida, mesmo gravando-os numa infinidade de livros, não haveria espaço suficiente.
Todavia, aqui pretendo narrar um fato um tanto quanto inusitado, hilário e, principalmente, vexatório. Antes, porém, faço questão de recordar a opinião de uma professora sobre os apelidos; suas palavras ainda ressoam: “Nenhum apelido é bom”. Transcorridos vários meses desde a sábia sentença por ela proferida, pude verificar – e não da melhor forma, acreditem: ela estava certa.
Comecemos, pois. Desde meu primeiro ano do curso de filosofia – ano passado, portanto – devido ao grande número de afazeres e estudos, não há tempo a perder. Há que se aproveitar cada instante! Eu, particularmente, gosto de tudo o que é prático e funcional – e isso, inclusive, quando se trata de escolher um local para o corte de cabelo.
O cabeleireiro mais próximo do Seminário era (e ainda é) cognominado “Pombo” pelos seminaristas – e isso há muito tempo, sem que, entretanto, eu soubesse o que esses seres criativos queriam dizer. Jamais tive curiosidade (eis minha falta funesta) em saber o nome do “rapaz” ou de seu salão, o qual, mensal e despreocupadamente, frequentava.
Quanta ingenuidade! Quanta estultice! Numa agradável tarde de quinta-feira, lá fui eu procurar o tal “Pombo” para cortar o cabelo. Pequeno detalhe: ele lá não estava e eu, inocentemente, perguntei por ele à sua sócia (vou chamá-la assim). Só que, para tanto, servi-me do “belo” apelido, ao que ela acudiu: quem?! Respondi que não sabia ao certo, mas que alguns seminaristas chamavam-no assim.
Ainda sem saber o real significado do cognome, retornei depois de uma hora e, após me caírem alguns cabelos, minha “cara” – como se diz – também foi ao chão. Isso porque a referida sócia, na minha frente, disse ao “rapaz” que eu lhe procurara pelo apelido de “Pombo”. Vocês já meditaram – estimados leitores – acerca do voo dos pombos e sobre o que costumam derramar sobre a cabeça dos transeuntes? Eu ainda não estabelecera um elo entre pombos e cabeleireiros, e o que é pior: foi ele quem me explicou. Riam! Riam! Todos rimos também naquele instante e, depois, no Seminário, não houve quem não gargalhasse, ouvindo o meu relato.
Pela primeira vez, contudo, tive que lá regressar, no dia seguinte, a fim de corrigir algo que julguei necessário no corte. Chamem-me cara-lisa, cara-de-pau... Vocês têm razão! Mas não me importo. Nem ele se importou, embora tenha ficado claro, com meu retorno, que um “Pombo”, na véspera, cortara o meu cabelo.
Paulo César Travaglini

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